"Este é um trabalho que considero deficiente; mas
que deve ser feito com sabedoria, sobriedade e reverência, ou não ser
feito de forma alguma."
Assim escreveu Lord Bacon, ao tratar aquilo que descreve como "a
história da profecia". Ele explica:
"A natureza desse trabalho deve ser que toda
profecia das Escrituras seja ordenada com o evento que a cumpriu, em
todas as épocas, para melhor confirmação da fé e para a melhor
iluminação da Igreja que estuda aquelas partes das profecias que ainda
não foram cumpridas; permitindo, porém, aquela latitude com a qual se
pode concordar e que é familiar nas profecias divinas; dada a natureza
de seu Autor, para quem mil anos são como um dia e, portanto, não são
cumpridas pontualmente de uma só vez, mas florescem e germinam
cumprimentos ao longo de muitas épocas, embora possam se referir a
alguma outra época."
Se os muitos autores que desde então contribuíram
para suprir a falta daquilo que Lord Bacon observou, tivessem dado a
devida atenção a essas sábias palavras, o estudo profético poderia
possivelmente ter escapado da reprovação que vem do fato de seus
seguidores estarem divididos em campos hostis. Com o cristão o
cumprimento da profecia não pertence à região da opinião, e nem até
meramente dos fatos; é uma questão de fé. Temos o direito,
portanto, de esperar que ele será definitivo e claro. Mas embora os
princípios e máximas da interpretação obtidos pelo estudo dessa parte da
profecia que foi cumprida dentro da era dos Escritos Sagrados não devam
de modo algum serem colocados de lado quando passamos para os tempos
pós-apostólicos, certamente não há presunção contra encontrá-los ocultos
na história destes dezoito séculos e até mesmo um cumprimento principal
e parcial de profecias que inquestionavelmente receberão um cumprimento
final e completo em dias por vir.
Somente não nos esqueçamos da "sabedoria, sobriedade
e reverência" que essa investigação requer. Em nossos dias, os
estudantes de assuntos proféticos tornaram-se profetas e, com uma
combinação de estupidez e atrevimento, estão buscando determinar o ano
exato do retorno de Cristo à Terra - predições que possivelmente os
filhos dos nossos filhos lembrarão quando outro século tiver sido
adicionado à história da cristandade. Se tais ações extravagantes
trouxessem discrédito somente para seus autores, tudo estaria bem. Mas
embora anunciadas em direta oposição às Escrituras, elas trazem
reprovação sobre as próprias Escrituras e estimulam o ceticismo dos dias
atuais. Poderíamos esperar que tudo o mais fosse esquecido, mas que as
últimas palavras que o Senhor Jesus falou na Terra não fossem assim
colocadas de lado:
"E disse-lhes: Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu
próprio poder." (Atos 1:7)
Mas o que foi negado aos apóstolos inspirados nos
dias de fé e poder da igreja primitiva, os "especialistas" em profecias
destes últimos dias se atrevem a dizer; e o resultado é que a solene e
bendita esperança do retorno do Senhor tem sido degradada ao nível da
predição dos astrólogos, para confusão e tristeza do coração dos fiéis e
satisfação do mundo.
Qualquer homem que, evitando as visões extravagantes
e imaginosas, tanto da história quanto das Escrituras, aponte para os
eventos no presente ou no passado como correlatos a uma profecia, merece
ser ouvido de forma calma e não preconceituosa pelos homens que usam a
cabeça para pensar. Mas que ele não se esqueça que, embora as
Escrituras, para as quais ele recorre, possam "germinar cumprimentos", a
plenitude delas podem referenciar uma época ainda futura. O que é
verdadeiro de todas as Escrituras é especialmente verdadeiro com relação
às profecias. Devemos atribuir as elas um significado, mas aquele que
realmente acredita que elas são de origem divina, hesitará em limitar o
significado delas à medida de sua própria compreensão.
As profecias do Anticristo permitem uma notável e
muito adequada ilustração. Se não fosse pelo preconceito criado pelas
afirmações extremas, os estudantes das profecias provavelmente
concordariam que a grande apostasia da cristandade exibe em seu contorno
muitas das principais características do Homem do Pecado. Há realmente
em nossos dias uma espúria liberalidade que nos ensinaria a abrir mão do
indiciamento que a história permite contra a Igreja de Roma, mas
enquanto nenhuma mente generosa se recusará a reconhecer o valor moral
daqueles que, na Inglaterra pelo menos, agora guiam os conselhos dessa
Igreja, a questão real em discussão relaciona-se com o caráter, não dos
indivíduos, mas de um sistema.
Portanto, é parte, não da intolerância preconceituosa
e ignorante, mas de verdadeira sabedoria, pesquisar os registros do
passado - registros realmente terríveis - para encontrar os meios de
julgar esse sistema. A investigação que nos interessa não é se homens
bons são encontrados dentro do cercado de Roma - como se toda a
excelência moral da Terra pudesse servir para cobrir os anais de sua
repulsiva culpa! Nossa verdadeira investigação é se ela sofreu qualquer
mudança real nestes dias de maior iluminação. Está a Igreja de Roma
reformada? E com que veemência a resposta seria gritada de todo
altar dentro de seu cercado! E, se não, que os dias tenebrosos venham
novamente e algumas das cenas mais perversas e que os crimes mais
tenebrosos na história da cristandade sejam reencenados na Europa. "O
verdadeiro teste de um homem não é o que ele faz, mas o que, com os
princípios aos quais adere, ele faria"; e, se isso é verdade para os
indivíduos, é ainda mais intensamente verdadeiro com relação às
comunidades. Portanto, fazem um bom serviço aqueles que mantêm diante da
mente do público o caráter real de Roma como o desenvolvimento da
apostasia dos dias atuais.
Mas quando essses autores avançam e afirmam que as
predições do Anticristo têm sua plena e final realização no papado, a
posição deles torna-se um perigo para a verdade. Isso é mantido ao custo
de rejeitar algumas das mais definidas profecias e de colocar
interpretação imaginosa e sem rigor nas mesmas Escrituras às quais eles
recorrem.
Na verdade, o mal prático principal desse sistema de
interpretação é que ele cria e patrocina um hábito de ler as Escrituras
de uma maneira frouxa e superficial. Impressões gerais, derivadas de uma
leitura rápida das profecias, são tomadas e sistematizadas, e sobre essa
base uma pretensa superestrutura é construída. Como já observado, a
Igreja de Roma exibe as principais características morais do Homem do
Pecado. Portanto, é um axioma de interpretação com essa escola que a
besta dos dez chifres é o papado. No entanto, a respeito da besta, está
escrito:
"Foi-lhe permitido fazer
guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo,
e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra,
esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que
foi morto desde a fundação do mundo." (Apocalipse 13:7-8).
Estão esses comentaristas cientes que metade da
cristandade está fora do cercado de Roma e em oposição às reivindicações
do papado? Ou eles supõem que todos que pertencem às igrejas gregas e
protestantes estão inscritos no livro da vida? De modo algum. Mas querem
nos dizer que o verso não significa aquilo que diz. [1]
Novamente, a besta de dez chifres é o papado; a
segunda besta, o falso profeta, é o clero papal; Babilônia é a Roma
papal. Entretanto, quando nos viramos para a visão do julgamento de
Babilônia, descobrimos que é por intermédio da besta que sua
condenação será realizada!
"E os dez chifres que viste
na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e
nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem
posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma
idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as
palavras de Deus. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu
poder e autoridade à besta." [2]
Os governos da cristandade, portanto, entregarão seus
poderes ao pontíficie e ao sacerdócio romano para destruirem a Roma
papal! [3] Pode um absurdo ser mais transparente e mais completo?
A questão aqui em discussão não deve ser pré-julgada
por más representações, ou evitada voltando-se para pontos colaterais ou
de importância secundária. Não é se as grandes crises na história da
cristandade, como a queda do paganismo, a ascensão do papado e do poder
islâmico, e a reforma protestante do século XVI, estão dentro da
abrangência das visões de João. Isso pode ser prontamente reconhecido.
Nem é se o fato que a cronologia de alguns desses eventos é marcada por
ciclos de anos compostos por múltiplos precisos; dos setenta
especificados no livro de Daniel e o Apocalipse, seja não uma prova
adicional que tudo forma parte de um grande plano. Cada nova descoberta
do tipo deveria ser recebida por todos os que amam a verdade. Em vez de
enfraquecer a confiança na precisão e definição das profecias, ela
deveria fortalecer a fé que procura seu absoluto e literal cumprimento.
A questão não é se a história da cristandade estava dentro da visão do
autor divino das profecias, mas se essas profecias foram cumpridas;
não se essas Escrituras têm a abrangência e significado que os
intérpretes atribuem a elas, mas se a abrangência e significado delas
pode ser totalmente conferido e satisfeito pelos eventos que elas citam
como sendo o cumprimento delas. Portanto, não é necessário entrar aqui
em uma análise elaborada do sistema histórico de interpretação, porque
se isso falhar quando testado em algum ponto vital, ele se parte
totalmente.
O Apocalipse, então, pertence à esfera da profecia
cumprida? Ou, para reduzir a controvérsia a uma questão ainda mais
estreita, as visões dos selos, das trombetas e das taças já foi
cumprida? Ninguém disputará a justiça desse modo de declarar a questão e
o método mais justo possível de lidar com ela será apresentar para
consideração alguma das principais visões, e então citar tintim por
tintim tudo o que os intérpretes históricos apresentaram como sendo o
significado dela.
A abertura do sexto selo é assim registrada pelo
apóstolo João:
"E, havendo aberto o sexto
selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol
tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue; e
as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança
de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu
retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas
foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e
os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o
livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam
aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto
daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque
é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?"
(Apocalipse 6:12-17)
O seguinte é o comentário do Sr. Elliot a respeito da
visão:
"Quando consideramos os terrores desses reis
blasfemadores de Cristo da terra romana, com seus exércitos derrotados
diante das hostes cristãs, fugindo e perecendo miseravelmente, houve
certamente o que no evento, de acordo com a construção normal dessas
imagens nas Escrituras, pode ser considerado uma resposta aos símbolos
da visão prefigurativa que está diante de nós; nessa visão, reis e
generais, homens livres e servos, aparecem fugindo e buscando as
fendas das rochas para se enconderem ali da face daquele que está
assentado sobre o trono do poder, e da ira do Cordeiro."
"Assim, sob os primeiros choques desse grande
terremoto tinha a terra romana sido agitada, e os inimigos dos
cristãos destruídos ou levados à fuga e à consternação. Destarte, nos
céus políticos, tinha o sol da supremacia pagã escurecido, a lua
entrado em eclipse e se tornado vermelha, e não poucas estrelas
abaladas violentamente até o chão. Mas a profecia não tinha ainda
recebido todo seu cumprimento. As estrelas do céu pagão não tinham
todas caído, nem tinha o céu se retirado como um pergaminho que se
enrola. No primeiro triunfo de Constantino, e após os primeiros
terrores dos imperadores opositores e de suas hostes, embora os editos
imperiais deles tenham dado ao cristianismo seus plenos direitos e
liberdade, permitiram também aos pagãos incrédulos tolerância na
liberdade de adoração. Mas muito cedo seguiram-se medidas de marcada
preferência nas indicações imperiais para os cristãos e para sua fé.
E, no longo prazo, à medida que Constantino avançou na vida, a
despeito da indignação e ressentimento dos pagãos, ele emitiu editos
para a supressão dos seus sacrifícios, a destruição de seus templos, e
tolerância a nenhuma outra forma de adoração pública, exceto a dos
cristãos. Seus sucessores no trono seguiram a mesma ação,
acrescentando punições de caráter mais severo possível à profissão
pública de fé no paganismo. O resultado foi que, antes do fim do
século, todas as estrelas tinham caído no chão, do seu próprio céu, ou
sistema político e religioso, sumindo de vista e, na terra, as velhas
instituições pagãs, com suas leis, ritos e adoração foram
aniquiladas." [4]
"Um exemplo mais notável da interpretação inadequada
não pode ser imaginado." [5] Que maravilha se os homens zombam
das terríveis advertências da ira vindoura, quando ouvem que O GRANDE
DIA DA SUA IRA [6] é passado, e que ele corresponde a nada mais
que a fuga em debandada dos exércitos pagãos derrotados diante das
hostes de Constantino - um evento que teve mil outros similares na
história do mundo? [7]
Que o ponto em discussão seja mantido claramente em
vista. Se formos recorrer ao reinado de Constantino ou a alguma outra
época na história da cristandade para permitir um cumprimento
intermediário da visão, isso poderia passar como uma frágil mas
inofensiva exposição; mas esses expositores atrevidamente afirmam que a
profecia não tem outra abrangência ou significado. [8] Eles
querem provar que a visão do sexto selo já foi cumprida; portanto
é óbvio que tudo o que a segue requer cumprimento da mesma forma. Se,
portanto, o sistema deles falhasse neste ponto somente, sua falha seria
absoluta e completa; mas na verdade o exemplo citado não é mais que um
exemplo justo da maneira em que eles reduzem o significado das palavras
que professam explicar.
Estamos agora, eles nos dizem, na era das Taças.
Nesta mesma hora a ira de Deus está sendo derramada sobre a Terra.
[9] Certamente os homens podem bem exclamar - comparando o presente
com o passado, e julgando esta época como mais favorecida, mais
desejável para se viver do que qualquer outra época anterior , - É isto
tudo a que se resume a ira de Deus! As taças são as sete últimas pragas,
"porque nelas é consumada a ira de Deus", e dizem então para nós que a
sexta está neste momento sendo cumprida na dissolução do Império Turco!
Pode qualquer homem estar tão perdido na terra dos sonhos de suas
próprias lucubrações ao ponto de imaginar que o colapso do poder turco é
um julgamento divino sobre o mundo não arrependido? [10] Tal pode
parecer serem os paxás que, como demônios sarcófagos, engordam com a
miséria em sua volta; mas milhões a saudariam como uma bênção para a
humanidade sofredora e perguntariam com maravilha, se esse é um sinal de
coroação da ira de Deus, como devem as almas simples distingüir entre as
provas de Seu favor e as de Sua mais terrível ira?
Se o evento fosse citado como um cumprimento
principal, dentro destes dias da graça, de uma profecia que pertence
estritamente ao vindouro dia da ira, mereceria respeitosa atenção; mas
apelar para o desmembramento da Turquia como a plena realização da
visão, é tratar com pouca seriedade a solene linguagem das Escrituras e
um absurdo contra o bom senso.
Mas existem princípios envolvidos nesse sistema de
interpretação muito mais profundos e mais importantes que qualquer um
que apareça na superfície. Ele está em antagonismo direto com a grande
verdade fundamental do cristianismo.
Lucas narra (Lucas 4:19-20) como, após a tentação, o
Senhor "pela virtude do Espírito, voltou para a Galiléia" e, ao entrar
na sinagoga de Nazaré no dia de sábado, como era seu costume,
levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías e os
olhos de todos estavam fitos Nele. Ele abriu o livro e leu estas
palavras:
"O Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar
os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e
restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a
anunciar o ano aceitável do Senhor."
"E o dia da vingança do nosso
Deus" eram as palavras que se seguiam, sem interrupção, na página
aberta diante Dele, mas o registro acrescenta: que Ele cerrou o livro,
entregou-o ao ministro e assentou-se. Em uma época por vir, quando a
profecia terá seu cumprimento final, o dia da vingança se misturará com
bênçãos para Seu povo. [11] Mas o encargo do Seu ministério na
Terra era somente a paz. [12] E esse é ainda o encargo do
evangelho. A atitude de Deus com relação ao homem é a graça. "A GRAÇA
REINA". Não é que há graça para o penitente ou para o eleito, mas que a
graça é o princípio sobre o qual Cristo agora se assenta no trono de
Deus. "Sobre Sua cabeça estão muitas coroas, mas suas mãos traspassadas
agora seguram o único cetro" porque o Pai lhe entregou Seu reino, e todo
o poder nos céus e na Terra. "E também o Pai a
ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo." (João 5:22;
compare 3:17; 12:47) mas Sua missão na Terra não era julgar, mas somente
salvar. E aquele que é o único Juiz está agora exaltado para ser o
Salvador, e o trono no qual Ele se assenta é um trono de graça. A graça
está reinando pela justiça para a vida eterna. (Romanos 5:21) "A luz
deste glorioso evangelho brilha agora sem impedimentos sobre a Terra.
Olhos cegos podem encerrá-la, mas não podem apagá-la ou reduzi-la.
Corações impenitentes podem acumular ira para o dia da ira, mas não
podem escurecer este dia de misericórdia ou desfigurar a glória do
reinado da graça." [13]
Será no "dia da ira" que as "sete últimas pragas em
que ira de Deus é consumada" correrão seu curso; e é tratar com pouca
seriedade solenes e terríveis verdades dizer que elas estãos sendo
cumpridas agora. Qualquer que seja o cumprimento intermediário que a
visão possa estar recebendo agora, sua plena e final realização pertence
a um tempo futuro.
Estas páginas não se destinam a lidar com o
cumprimento primário e histórico das profecias, ou, como Lord Bacon
disse, seus "florescimentos e germinações de cumprimentos ao longo de
muitas épocas". Meu assunto é exclusivamente o cumprimento absoluto e
final das visões naquela época específica em que em sua plenitude elas
pertencem.
A própria Escritura fornece muitos exemplos notáveis
desses cumprimentos intermediários ou primários; e nesses, os principais
contornos da profecia são realizados, mas não os detalhes. A predição do
advento de Elias é um caso. [14] Nos termos mais simples, o
Senhor declarou que o ministério de João Batista estava dentro da
abrangência dessa profecia. Em termos tão claros Ele anunciou que ela
seria cumprida em um dia por vir, pelo reaparecimento sobre a
Terra do maior de todos os profetas. (Mateus 11:14; 17:11-12). As
palavras do apóstolo Pedro em Pentecostes oferecem outra ilustração. A
profecia de Joel ainda será cumprida ao pé da letra, mas o batismo com o
Espírito Santo foi referenciado com ela pelo inspirado apóstolo. (Joel
2:28-32; Atos 2:16-21)
Falar do cumprimento dessas profecias como já
ocorrido no passado, é usar linguagem não escriturística e falsa ao
mesmo tempo. Ainda mais injustificável é a afirmação de finalidade,
feita tão confiantemente, das profecias que se relacionam com a
apostasia. Não há uma única profecia, da qual o cumprimento é
registrado nas Escrituras, que não tenha sido cumprida com absoluta
precisão e em todo detalhe; e é totalmente injustificável assumir que um
novo sistema de cumprimento foi inaugurado após o segundo cânon ter sido
encerrado.
Dois mil anos atrás quem teria se aventurado a
acreditar que as profecias do Messias receberiam um cumprimento literal?
"Portanto o mesmo Senhor vos
dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e
chamará o seu nome Emanuel." (Isaías 7:14)
"Alegra-te muito, ó filha de
Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo
e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho,
filho de jumenta." (Zacarias 9:9)
"Porque eu lhes disse: Se
parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o.
E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O SENHOR, pois,
disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado
por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro,
na casa do SENHOR." (Zacarias 11:12-13; compare Mateus 27:5-7)
"Repartem entre si as minhas
vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa." (Salmos 22:18;
compare João 19:23-24)
"Pois me rodearam cães; o
ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os
pés." (Salmos 22:16)
"Deram-me fel por mantimento,
e na minha sede me deram a beber vinagre." (Salmos 69:21)
"Da opressão e do juízo foi
tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da
terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido."
(Isaías 53:8)
Até mesmo para os próprios profetas, o significado
dessas palavras foi um mistério. (1 Pedro 1:10-12) Sem dúvida, em sua
maior parte, os homens as consideravam mais como poesia, ou lenda. No
entanto, essas profecias sobre o advento e morte de Cristo foram
cumpridas nos mínimos detalhes. Portanto, a literalidade no cumprimento
pode ser aceita como um axioma para nos guiar no estudo das profecias.
Notas de Rodapé do Capítulo 11
[1] De acordo com esses intérpretes, essa
afirmação precisa ser aceita com um grão de sal, como se diz, e o mesmo
comentário aplica-se à tradução deles em cada verso no capítulo treze do
Apocalipse.
[2] Apocalipse 17:16,17,13. No verso 16 a
melhor leitura, conforme dada na Versão Revisada, é "e a besta", em vez
de "sobre a besta".
[3] O romance de Elliot sobre esse assunto
ficou desqualificado pelos eventos dos anos recentes, que fizeram de
Roma a capital pacífica da Itália. Da besta e do falso profeta está
escrito: "Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com
enxofre." (Apocalipse 19:20). Pode ser agradável ao zelo protestante
supor que a hierarquia e o sacerdócio romano estão "reservados" para
esse destino.
[4] Horae Apoc., vol 1, pg 219, 220.
[5] "Outro marco desses é encontrado,
acredito, na interpretação do sexto selo: se ele não foi na verdade já
delineado com aquilo que acaba de ser dito. Todos sabemos o que a imagem
significa para o resto das Escrituras. Qualquer sistema que requeira que
ela pertença a outro período do que à chegada do grande dia do Senhor,
fica desse modo auto-condenado. Posso ilustrar isso por referência ao
sistema histórico contínuo do Sr. Elliot, que requer que ele deva
significar a queda do paganismo sob Constantino. Um exemplo mais notável
de interpretação inadequada não pode ser imaginado. "Intimamente
conectado com este último é outro ponto fixo na interpretação. Como os
sete selos, assim as sete trombetas e as sete taças ocorrem no perto do
tempo do fim. Ao fim de cada série, uma nota diz inegavelmente que esse
é o caso. Dos selos já falamos antes. Com relação às trombetas, pode ser
suficiente consultar os versos 10:7 e 11:18; quanto às taças, a própria
designação delas, tas eschatas, e o gegonem do Cap. 16:17. Qualquer
sistema que não reconheça esse fim comum das três, parece para mim que
está desse modo culpado de erro." - Alford, Gr. Test., 4, Parte
2, Cap. 8, itens 5, 21, 22.
[6] ha hamera ha megal tas orgas autou
(Apocalipse 6:17).
[7] Se essas afirmações fossem apresentadas em
licenciosidade, e não tolamente, sugeririam uma referência às solenes
palavras: "E, se alguém tirar quaisquer palavras
do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da
cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro."
(Apocalipse 22:19)
[8] Quando os intérpretes históricos abordaram
o Segundo Advento, perderam a coragem de suas opiniões e contenderam
seriamente pela literalidade, embora se o esquema deles for genuíno, o
retorno predito de Cristo pode certamente ter seu cumprimento no atual
reavivamento da religião e o concorrente expansão do cristianismo.
[9] "E vi outro grande e
admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas;
porque nelas é consumada a ira de Deus.... E os sete anjos que tinham as
sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e
cingidos com cintos de ouro pelos peitos. E um dos quatro animais deu
aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para
todo o sempre. E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos
sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus."
(Apocalipse 15:1,6,7; 16:1)
[10] O austríaco Pester Lloyd, de 21 de
novembro de 1879, ao comentar a linha da política britânica com relação
à Turquia, acusou o governo de Lord Beaconsfield de "confundir o
islamismo com os turcos, estes últimos tendo sido sempre considerados
como a escória do islamismo por todas as nações islâmicas que têm
consciência de sua própria força". Os estudantes de assuntos proféticos
parecem estar possuídos por esse mesmo erro.
[11] Compare Isaías 63:4:
"Porque o dia da vingança estava no meu coração; e
o ano dos meus remidos é chegado."
[12] "E, vindo, ele
evangelizou a paz..." (Efésios 2:17)
[13] The Gospel and its Ministry, pg
136. Verdade é que os grandes princípios do governo moral do mundo de
Deus permanecem inalterados, e o pecado está assim sempre operando sua
própria punição. Mas isso não deve ser confundido com a ação divina
imediata no julgamento. "Assim, sabe o Senhor
livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do
juízo, para serem castigados." (2 Pedro 2:9). Ou, de acordo com
Romanos 2:5, "Mas, segundo a tua dureza e teu
coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da
manifestação do juízo de Deus."
[14] "Eis que eu vos
enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
SENHOR." (Malaquias 4:5)
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Você está preparado espiritualmente? Sua família está
preparada? Você está protegendo seus amados da forma adequada? Esta é a
razão deste ministério,
fazê-lo compreender os perigos iminentes e depois ajudá-lo a criar
estratégias para advertir e proteger seus amados. Após estar bem treinado,
você também pode usar seu conhecimento como um modo de abrir a porta de
discussão com uma pessoa que ainda não conheça o plano da salvação. Já
pude fazer isso muitas vezes e vi pessoas receberem Jesus Cristo em seus
corações. Estes tempos difíceis em que vivemos também são um tempo em que
podemos anunciar Jesus Cristo a muitas pessoas.
Se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal,
mas vive uma vida espiritual morna, precisa pedir perdão e renovar seus
compromissos. Ele o perdoará imediatamente e encherá seu coração com a
alegria do espírito de Deus. Em seguida, você precisa iniciar uma vida
diária de comunhão, com oração e estudo da Bíblia.
Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo
como Salvador, mas entendeu que Ele é real e que o Fim dos Tempos está
próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso
agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu
Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da
vida eterna em Seu Reino, como se já estivesse com Ele. Se quiser
saber como nascer de novo,
CLIC
AQUI AGORA!!!
No entanto, se a dificuldade está nas doutrinas (de
homens) que a sua igreja prega, siga então o último conselho bíblico:
Saia dela Povo Meu! Apoc 18:4.
Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua
vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam que
Jesus está às portas!!!
Que Deus o abençoe.