Exatamente como encontramos em certos círculos
pessoas que têm a reputação de piedosas mas são consideradas com
suspeição, assim também parece que quaisquer escritos que afirmem
autoridade ou sanção divina inevitavelmente despertam desconfiança. Mas
se os evangelistas pudessem ganhar a mesma atenção que os historiadores
profanos recebem, se suas afirmações fossem testadas com base nos mesmos
princípios sobre os quais os registros do passado são julgados pelos
eruditos, e as evidências fossem julgadas em nossas cortes de justiça,
seria aceito como um fato bem-estabelecido da história que nosso
Salvador nasceu em Belém, no tempo em que Quirino era o presidente da
Síria e Herodes era rei em Jerusalém. A narrativa dos dois primeiros
capítulos de Lucas não é como uma página comum da história, que não
carrega consigo garantia alguma de exatidão exceto aquela que a
credibilidade geral do autor possa conferir. O evangelista está tratando
de fatos acerca dos quais ele já tinha "se
informado minuciosamente de tudo desde o princípio" [Lucas 1:3] e
em que, além disso, seu interesse pessoal era imenso e em respeito do
qual um único e flagrante erro teria prejudicado não somente o valor de
seu livro, mas o sucesso da causa em que sua vida estava dedicada e com
a qual suas esperanças de felicidade eterna estavam identificadas.
A matéria tem sido tratada como se essa referência a
Quirino fosse apenas uma alusão acidental, com relação a qual um erro
não teria a menor importância; mas o fato é que, na realidade, seria
absolutamente vital. Que o verdadeiro Messias precisa nascer em Belém é
aceito pelos judeus e reconhecido pelos cristãos: que o Nazareno nasceu
em Belém os judeus persistentemente negam. Se até hoje eles pudessem
refutar esse fato, justificariam sua descrença; pois se o Cristo que
adoramos não é por direito de nascimento o herdeiro do trono de Davi,
não é o Cristo da profecia. Os cristãos logo esqueceram isso quando não
mais tiveram de manter sua fé contra a fronte endurecida do judaísmo, e
somente apresentá-la ao mundo pagão. Mas isso não foi esquecido pelos
sucessores imediatos dos apóstolos. Portanto, foi assim que, ao escrever
para os judeus, Justino Mártir afirmou com tal ênfase que Cristo nasceu
durante o recenseamento realizado por Quirino, apelando para as listas
daquele censo como para documentos ainda então existentes e disponíveis
para consulta, para provar que, embora José e Maria vivessem em Nazaré,
foram até Belém para alistarem-se, e foi assim que a criança nasceu na
cidade real e não da desprezada aldeia da Galiléia. [1]
E esses fatos da linhagem e do nascimento do Nazareno
fornecem praticamente a única base sobre a qual se poderia entrar em
debate, em que um lado mantinha e o outro negava que Seu caráter e
missão divinos foram estabelecidos por provas transcendentais. Ninguém
poderia questionar que Seus atos foram mais do que humanos, mas a
cegueira e o ódio chegaram a atribui-los ao poder satânico; as sublimes
palavras que em toda era seguinte receberam a admiração de milhões, até
daqueles que recusaram dar a elas a homenagem mais profunda de sua fé,
não tinham charme para homens assim preconceituosos. Mas essas
afirmações sobre o recenseamento que trouxe a Virgem Mãe a Belém, lidam
com fatos simples que não requerem adequação moral para apreciá-los. Que
em tal matéria um escritor como Lucas pudesse estar errado é altamente
improvável, mas que o erro permaneceria sem ser desafiado é
absolutamente incrível; e encontramos Justino Mártir, escrevendo
praticamente cem anos depois do evangelista, apelando para o fato como
sendo inquestionável. Pode ser, portanto, aceito como um dos mais certos
das coisas realmente certas da história, que o primeiro recenseamento
ordenado por Quirino foi realizado antes da morte de Herodes e que,
enquanto estava em andamento, Cristo nasceu em Belém.
Não muitos anos atrás essa afirmação teria sido
recebida com ridicularização ou com indignação. A menção de Quirino pelo
evangelista parecia ser de um anacronismo total; pois, de acordo com a
história aceita, o período de seu governo e a data de seu recenseamento
foram nove ou dez anos após o da natividade. Zombada por Straus e por
outros de sua tribo, e rejeitada por um sem número de autores como um
enigma ou um erro, a passagem tem em anos recentes sido vindicada e
explicada pelos trabalhos do Dr. Zumpt, de Berlin.
Por um estranho acaso, há uma interrupção na história
desse período, pelos sete ou oito anos que começaram em 4 AC. [2]
A lista dos governadores da Síria, portanto, é falha para nós e, durante
o mesmo período, P. Sulpicius Quirino, o Cirênio dos gregos, desaparece
da história. Mas por uma série de investigações e argumentos separados,
todos independentes das Escrituras, o Dr. Zumpt descobriu que Quirino
foi governador duas vezes da província, e que esse seu primeiro
mandato foi da parte final de 4 AC, quando sucedeu a Quintílio Varus. A
unanimidade com a qual essa conclusão tem sido aceita torna
desnecessário discutir o asunto aqui. Mas um comentário com relação a
ele pode não estar fora de lugar. As bases para as conclusões do Dr.
Zumpt podem ser apropriadamente descritas como uma seqüência de
evidências circunstanciais e seus críticos concordam que o resultado é
razoavelmente certo. [3] Para tornar essa certeza absoluta, nada
está faltando, exceto o testemunho positivo de algum historiador de
respeito. Se, por exemplo, um dos últimos fragmentos da história de Dion
Cassius fosse trazido à luz, contendo a menção de Quirino como
governante da província durante os últimos meses do reinado de Herodes,
o fato seria considerado tão certo quanto o que Augusto foi imperador em
Roma. Um autor cristão pode ser perdoado se atribuir peso igual ao
testemunho de Lucas. Portanto, será assumido aqui como absolutamente
certo que o nascimento de Cristo ocorreu em alguma data não anterior ao
outono de 4 AC. [4]
A opinião do nosso mais eminente e confiável
cronologista inglês é uma garantia suficiente que essa conclusão ser
coerente com tudo o que a erudição possa trazer para ter um efeito no
ponto. Fynes Clinton resume assim sua discussão da questão: "A
natividade não ocorreu mais do que aproximadamente dezoito meses antes
da morte de Herodes, ou menos de cinco ou seis. A morte de Herodes foi
ou na primavera de 4 AC, ou na primavera de 3 AC. A data mais anterior
possível para a natividade é então o outono de 6 AC (U. C. 748), dezoito
meses antes da morte de Herodes em 4 AC. A última será de 4 AC
(U. C. 750), aproximadamente seis meses antes da morte dele, assumida
com sendo na primavera de 3 AC." [5] Essa opinião tem pesado, não
somente por causa da eminência do autor como cronologista, mas também
por causa de sua própria visão sobre a data real do nascimento de Cristo
o teria levado a estreitar ainda mais os limites dentro dos quais ela
precisaria ter ocorrido, se seu senso de justiça tivesse permitido que
ele assim o fizesse. Além disso, Clinton escreveu sem conhecer aquilo
que Zumpt trouxe depois à luz com relação ao recenseamento de Quirino. A
introdução desse novo elemento ao considerar a questão, permite-nos com
absoluta confiança, adotar a afirmação de Clinton e atribuir a morte de
Herodes ao mês de adar de 3 AC e a natividade ao outono de 4 AC.
Que a mínima incerteza deva prevalecer com relação ao
tempo de um evento de tal interesse transcendente para a humanidade é um
fato de significado estranho. Mas qualquer que seja a dúvida que possa
existir com relação à data de nascimento do Filho de Deus, ela é devido
não a uma omissão na página sagrada se igual dúvida é sentida com
relação à data inícial de seu ministério terreno. Não há em toda a
Escritura uma declaração cronológica mais definida que aquela que está
contida nos versos de abertura do capítulo terceiro de Lucas.
"E no ano quinze do império de Tibério César,
sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes tetrarca da
Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de
Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos
sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de
Zacarias."
Agora, a data do império de Tibério César é conhecida
com absoluta precisão; e seu décimo quinto ano, considerado a partir de
sua ascensão, começou em 19 de agosto do ano 28. Além disso, sabe-se
também que durante aquele ano, cada um dos personagens citados na
passagem realmente exercia o cargo que lhe é atribuído. Aqui então,
poderia-se supor, nenhuma dificuldade ou pergunta poderia surgir. Mas o
evangelista vai além e fala do início do ministério do próprio Senhor e
menciona que "o mesmo Jesus começava a ser de
quase trinta anos." [6] Essa afirmação, tomada em conexão
com a data comumente atribuída à natividade, requer que o "ano quinze de
Tibério" seja compreendido como referenciando, não a data inicial de seu
império, mas uma data anterior, quando a história testifica que certos
poderes lhe foram conferidos durante os dois últimos anos de Augusto.
Todas essas hipóteses, entretanto, "estão abertas para uma forte
objeção, isto é, que o império de Tibério, iniciando a partir de 19 de
agosto do ano 14, era uma data tão bem conhecida no tempo de Lucas
quanto o reinado da rainha Vitória é conhecida por nós nos dias atuais;
e nem um único caso já foi, ou pode ser apresentado, em que os anos de
Tibério são considerados de qualquer outra maneira." [7]
Nem há qualquer inconsistência entre essas afirmações
de Lucas e a data da natividade (conforme fixada pelo próprio
evangelista, durante o governo de Quirino, no outono de 4 AC; pois o
ministério do Senhor, datando do outono do ano 28, pode na verdade ter
iniciado antes do fim de seu trigésimo primeiro ano, e não pode ter sido
depois de alguns meses além dele. A expressão "quase trinta anos"
implica em uma certa margem. [8] Portanto, como é totalmente
desnecessário, torna-se injustificável colocar um significado especial e
forçado nas palavras do evangelista; e, ao referenciar o ano quinze de
Tibério César, ele precisa ter objetivado que todo o mundo assumiria o
que ele queria dizer, isto é, o ano iniciado em 19 de agosto de 28. E
assim, saindo do terreno do argumento e da controvérsia, chegamos enfim
a uma data bem calculada e de vital importância nesta investigação.
A primeira Páscoa do ministério público terreal do
Senhor é assim definitivamente fixada pela própria narrativa do
evangelho, como em nisã do ano 29. Podemos, portanto, fixar o ano 32
como o ano da cruficação. [9]
Isto é oposto, sem dúvida, às tradições incorporadas
nos espúrios Acta Pilati, tão freqüentemente citados nessa
controvérsia, e nos escritos de certos pais, que mantinham a opinião que
o ano quinze de Tibério foi a data da morte de Cristo; "por alguns, por
que confundiram a data do batismo com a data da Paixão; por outros, por
que supuseram que ambos os eventos ocorreram em um ano; por outros, por
que transcreveram de seus predecessores sem conferir." [10]
Uma imponente conjunto de nomes pode ser citado em
suporte de qualquer ano de 29 a 33; mas esse testemuho é de força
somente enquanto nada melhor pode ser encontrado. Da mesma forma que uma
seqüência aparentemente perfeita de evidências circunstanciais rui
diante do testemunho de uma única testemunha de inquestionável
veracidade e valor, e a voz unida de metade de um condado não suportará
um direito consagrado pelo uso, se ele estiver em oposição a uma única
folha de pergaminho, assim as tradições cumulativas da Igreja, mesmo se
fossem tão definitivas e claras como de fato são contraditórias e vagas,
não teriam um peso maior que as provas para as quais o apelo tem sido
feito aqui.
Entretanto, mais um ponto chama a atenção. Numerosos
autores, alguns deles eminentes, discutem essa questão como se nada mais
fosse necessário em fixar a data da Paixão do que encontrar um ano,
dentro de certos limites, em que a lua pascal foi cheia em uma
sexta-feira. Mas isso revela estranho esquecimento das complexidades do
problema. Verdade é que se o sistema pelo qual o ano judaico é definido
atualmente estivesse em vigor dezoito séculos atrás, toda a controvérsia
poderia se voltar para a data da semana da Páscoa em um dado ano; mas
por causa da nossa ignorância do sistema embolísmico então em uso, peso
algum pode ser dado a ele. [11] Embora o ano judaico era o antigo
ano lunissolar de 360 dias, não é improvável que eles o ajustaram, como
por séculos provavelmente estavam acostumados a fazer no Egito, mas
adicionando todos os anos os "dias complementares" a respeito dos quais
Heródoto escreveu. [12] Mas não se deve supor que quando eles
adotaram a forma presente de ano, continuaram a corrigir o calendário de
uma maneira tão primitiva. O uso que faziam do ciclo metônico para esse
propósito é comparativamente moderno. [13] E é provável que com o
ano lunar eles também obtiveram sob os Selêucidas o antigo ciclo de oito
anos para fazer o ajuste. O fato que esse ciclo estava em uso entre os
primeiros cristãos para os cálculos da Páscoa, [14] permite a
suposição que ele foi emprestado dos judeus; mas não temos conhecimento
certo sobre o assunto.
De fato, a única coisa razoavelmente certa sobre a
questão é que a Páscoa não caía em dias atribuídos a ela por autores
cujos cálculos com relação a ela são feitos com rígida precisão
astronômica, [15] porque o Mishna permite a mais clara
prova que o início do mês não era determinado pela verdadeira lua nova,
mas pelo aparecimento do seu disco pela primeira vez; e, embora em um
clima como o da Palestina isso raramente seria retardado por causas que
operariam um latitudes com mais névoa ou escuridão, sem dúvida algumas
vezes acontecia "que nem o sol nem as estrelas apareciam por muitos
dias." [16] Essas considerações justificam a afirmação que em
qualquer ano, o 15 de nisã poderia ter caído em uma sexta-feira. [17]
Por exemplo, no ano 32, a data da verdadeira lua
nova, pela qual a Páscoa era regulada, foi a noite (10h 57min) de 29 de
março. Portanto, a data aparente do dia primeiro de nisã, de acordo com
as fases, foi 31 de março. Ela pode ter sido atrasada, entretanto, até o
primeiro de abril; e nesse caso o 15 de nisã aparentemente teria caído
na terça-feira de 15 de abril. Mas o calendário pode ter sido ainda mais
atrapalhado pela intercalação. De acordo com o esquema do ciclo dos oito
anos, o mês embolísmico era inserido no terceiro, sexto, e oitavo anos e
um exame dos calendários dos anos 22 a 45 mostra que o ano 32 foi o
terceiro de tal ciclo. Como, porém, a diferença entre o ano solar e o
lunar é de onze dias, ela iria se acumular em três anos para 33 e 3/4
dias e a intercalação de um décimo terceiro mês (adar 2) de trinta dias
deixaria uma epacta ainda residual de 3 e 3/4 dias; e com a "lua
eclesiástica" sendo tudo isso antes da lua real, o dia da festa teria
caído na sexta-feira (11 de abril), exatamente como requer a narrativa
dos evangelhos. [18]
Isso, além do mais, explicaria que, apesar de toda a
poesia sobre sobre o bosque e os grotões do Getsâmani, resta ainda uma
dificuldade. Judas não precisaria de tochas e lanternas para localizar
seu Mestre pelas sombras e passagens mais escuras do jardim, nem foi,
aparentemente, até que ele cumpriu sua vil e culposa missão que a
multidão se apressou para capturar sua vítima. E nenhum traidor
precisaria ter sido subornado pelo Sinédrio para entregar a eles, à
meia-noite, o objeto de seu ódio, não fosse pelo fato que eles não se
atreviam a tomá-lo senão furtivamente. [19] Toda tocha e lâmpada
aumentava o risco de despertar os milhões que dormiam em volta deles,
pois naquela noite Judá inteiro estava reunido na capital para observar
a festa da Páscoa. [20] Se, então, a lua cheia estivesse sobre
Jerusalém, nenhuma outra luz seria necessária para ajudá-los em sua
culposa missão; mas se, por outro lado, a lua pascal tivesse aparecido
somente dez ou onze dias antes daquela noite de quinta-feira, ela
certamente estaria baixa no horizonte, se não tivesse na verdade já
sumido, antes que eles se aventurassem a sair. Essas sugestões não são
feitas para confirmar a prova já oferecida da data do ano da morte de
Cristo, mas meramente para mostrar quão fácil é responder às objeções
que à primeira vista podem parecer fatais.
Notas de Rodapé do Capítulo 8
[1] Belém, "na qual Jesus Cristo nasceu, como
vocês também podem descobrir a partir das listas do recenseamento que
foi feito no tempo de Quirino, o primeiro governador de vocês na Judéia"
- Apol., 1, 34.
"Afirmamos que Cristo nasceu cento e cinqüenta anos
atrás, durante o governo de Quirino." - Ibid, 46.
"Mas quando houve um recenseamento na Judéia, que
foi então feito primeiro no governo de Quirino, ele subiu de Nazaré,
onde vivia, a Belém, de cujo lugar ele era, para ser alistado", etc. -
Dial. Trypho, 78.
[2] Josefo aqui deixa um intervalo em sua
narrativa; e embora a perda do MSS, a história de Dion Cassius, a outra
autoridade para este período, não está disponível para fornecer a
omissão.
[3] Os trabalhos do Dr. Zumpt nessa questão
foi tornados públicos primeiro em um tratado em latim que apareceu em
1854. Mais recentemente, ele os publicou em seu Das Gegurtsjahar
Christi (Leipzig, 1869). O leitor inglês encontrará um resumo de
seus argumentos em Greek Test., de Dean Alford. (Nota em Lucas
2:1), e em seu artigo, sobre Quirino no Bible Dict., de Smith;
ele os descreve como "muito impressionantes e satisfatórios". O Dr.
Farrar comenta, "Zumpt, com incrível dedicação e pesquisa, estabeleceu
nesta matéria a exatidão de Lucas, provando a extrema probabilidade que
Quirino tenha sido governador da Síria duas vezes" (Life of Christ,
vol. 1, pg 7, nota). Veja também um artigo no Quarterly Review,
de abril de 1871, que descreve as conclusões de Zumpt como "muito
aproximadamente certas". A questão é discutida também em Chron. Syn.,
de Wieseler. (trans. Venables). Em sua história romana, Merivale adota
esses resultados sem reservas. Ele diz (vol. 4, pg 457), "Uma notável
luz foi lançada sobre o ponto pela demonstração, como parece ser, de
Augustus Zumpt em seu segundo volume dos Commentationes Epigraphicae,
que Quirino (o Cirênio de Lucas 2) foi o primeiro governador da Síria a
partir do fechamento de A. U. 750 (4 AC), até A. U. 753 (1 AC)."
[4] O nascimento de nosso Senhor é colocado em
1 AC, por Pearson e Hug; em 2 AC por Scaliger; em 3 AC por Baronius,
Calvisius, Susking, e Paulus; em 4 AC por Lamy, Bengel, Anger, Wieseler,
e Greswell; em 5 AC por Usher e Petavius; em 7 AC por Ideler e
Sanclementi (Bible's Dict., de Smith, "Jesus Christ", pg 1075).
Deve ser acrescentado que a data de Zumpt para a natividade é fixada em
bases independentes em 7 AC. Seguindo Ideler, ele conclui que a
conjunção dos planetas Júpiter e Saturno, que ocorreu naquele ano, foi a
"estrela" que levou os magos até a Palestina.
[5] Fasti Romani, ano 29.
[6] Lucas 3:23. Essa é a tradução correta do
verso. A Versão Revisada traduz assim: "E o próprio Jesus, quando
começou a ensinar, tinha cerca de trinta anos de idade."
[7] Lewin, Fasti Sacri, pg 53. Diss.,
Cap. 6: A teoria do principado-conjunto do reinado de Tibério,
elaboradamente argumentado por Greswell, é essencial com autores como
ele, que atribuem a crucificação ao ano 29 ou 30. Sanclementi, na
realidade, achando "que em nenhuma parte nas histórias, ou nos
monumentos, ou nas moedas, há um vestígio que possa ser encontrado que
ajude a estimar os anos desse imperador", se desfaz da dificuldade
considerando que a data em Lucas 3:1 referencia, não o ministério de
João Batista, mas a morte de Cristo. Browne adota isso de uma forma
modificada, reconhecendo que a hipótese acima referenciada "cai sob
objeções fatais". Ele comenta que "é improvável até o último grau" que
Lucas, que escreveu especialmente para um ofical romano, e em geral para
os gentios, teria assim se expressado de modo a ser mal-interpretado por
eles. Portanto, embora a afirmação do evangelista se choque com suas
conclusão sobre a data da Paixão, ele reconhece sua obrigação de
aceitá-la. Veja Ordo Saec., itens 71 e 95.
[8] Como Dean Alfor diz, (Gr. Test.):
"Este hosei tpiakonta admite considerável latitude, mas somente
em uma direção, isto é, mais de trinta anos."
[9] "Parece absolutamente certo para mim que o
ministério de nosso Senhor durou por algum período além de três anos." (Pusey,
Daniel, pg 176, e veja na pg 177 a nota 7). Essa opinião é agora
mantida tão universalmente que não é mais necessário apresentar em
detalhes as bases em que ela se apóia; na realidade, autores recentes
assumem geralmente sem prova que o ministério incluiu quatro Páscoas. A
discussão mais satisfatória da questão que conheço é em Christology,
de Hengsterberg (trad. de Arnold, 755-765). O apóstolo João menciona
expressamente três Páscoas em que o Senhor esteve presente; e se a festa
de João 5:1 foi uma Páscoa, a questão está no fim. É agora geralmente
admitido que essa festa foi ou Purim ou a Páscoa, e as
provas de Hengstenberg em favor da última são massacrantes. A festa do
Purin nao tinha sanção divina. Ela foi instituída por um decreto de
Ester, rainha da Pérsia, no décimo terceiro ano de Xerxes (473 AC), e
era uma festa mais social e política do que religiosa, o serviço na
sinagoga era bem secundário em relação às comidas e bebidas consumidas
em excesso nesse dia. É duvidoso se nosso Senhor teria observado essa
festa; mas que, contrariamente à prática usual, Ele teria subido a
Jerusalém especialmente para celebrá-lá, é de todo incrível.
[10] Fasti Rom., de Clinton, ano 29.
[11] "O mês começava nas fases da lua... e
isso acontece, de acordo com Newton, dezoito horas depois de a lua
nascer. Portanto, o décimo quarto dia de nisã começaria quando a lua
tinha 13 dias e 18 horas de idade, e faltando 1 dia, 0h e 22 minutos
para a lua cheia. [A idade da lua na fase cheia será 14 dias, 18 horas,
22 minutos] Mas algumas vezes as fases eram retardadas até que a lua
tivesse 1d 17h de idade; e então se o primeiro de nisã fosse adiado até
as fases, o décimo quarto iniciaria somente 1h 22m antes da lua cheia.
Essa precisão, entretanto, em ajustar o mês à lua não existia na
prática. Os judeus, como outras nações que adotavam o ano lunar e
corrigiam o defeito intercalando um mês, falharam em obter uma precisão
absoluta. Não sabemos qual era o método de cálculo deles no tempo da era
cristã." (Fasti Rom., vol. 2, pg 240); o ano 30 é o único ano
entre 28 e 33 em que as fases da lua cheia foram em uma sexta-feira. No
ano 29, a lua cheia foi no sábado, e as fases na segunda-feira. (Veja a
Tabela de Wurm, em Chron. Syn., de Wiesler, trad. de Venables, pg
407).
[12] Herodes, 2:4.
[13] Foi em aproximadamente no ano 360 que os
judeus adotaram o ciclo metônico de dezenove anos para o ajuste de seu
calendário. Antes daquele tempo, eles usavam um ciclo de oitenta e
quatro anos, que era evidentemente o período calípico dos setenta e seis
anos, com uma octaetéride grega adicionada. Certos autores dizem que
isso estava em uso no tempo de nosso Senhor, mas a afirmação é muito
duvidosa. Ela parece depender do testemunho dos últimos rabinos. Júlio
Africano, por outro lado, afirma em sua Cronografia que "os
judeus inserem três mêses intercalares a cada oito anos." Para uma
descrição do calendário judaico moderno, veja Encyc. Brit. (nona
edição, vol. 5, pg 714)
[14] Browne, Ordo Saec., item 424.
[15] Veja Browne, Ordo Saec., 64. Ele
afirma que "se em um determinado ano a lua pascal estivesse na fase
cheia em qualquer instante entre o pôr do sol de uma quinta-feira e o
pôr do sol de uma sexta-feira, o dia incluído entre os dois ocasos do
sol seria o 15 de nisã; "e com base nisso ele afirma que o ano 29 é a
única data possível para a crucificação. Entretanto, como mostra sua
própria tabela, nenhum ano possível (isto é, nenhum ano entre 28 e 33)
satisfaz a esse requisito; pois a lua cheia pascal no ano 29 foi em um
sábado, dia 16 de abril, não na sexta-feira de 18 de março. Essa visão é
mantida também por Ferguson e outros. Isso pode ser explicado, talvez,
pelo fato que até anos recentes o Mishna não estava traduzido
para o inglês.
[16] Atos 27:20. O tratado Rosh Hashanah
do Mishna lida com o modo em que, nos dias do "segundo templo", a
festa da lua nova era regulada. A evidência de duas testemunhas
competentes era requerido pelo Sinédrio para o fato que eles tinham
visto a lua, e as numerosas regras dispostas para a jornada e exame
dessas testemunhas provam não infreqüentemente que elas vinham de uma
certa distância. Realmente, o caso de elas estarem "um dia e uma noite
na estrada" é previsto. (ch. i. 9). A proclamação pelo Sinédrio,
portanto, pode ter sido algumas vezes retardada até um dia ou dois após
as fases e, algumas vezes, as fases eram retardadas até que a lua
tivesse 1d 17h de idade [Clinton, Fasti Rom. vol. 2, pg 240] Além
disso, possivelmente, ela pode ter sido ainda mais retardada pela
operação de regras, como aquelas do moderno calendário judaico para
evitar que certos festivais caíssem em dias incompatíveis. Parece no
Mishna ("Pesachim") que as regras atuais para esse propósito
não estavam em vigor; mas mesmo assm devem ter existido regras similares
em operação.
[17] Veja Fasti Rom., vol. 2, pg 240,
sobre a impossibilidade de determinar em que anos a Páscoa caiu na
sexta-feira.
[18] O seguinte é o esquema da octaetéride: "O
ano solar tem uma duração de 365 dias e 1/4; 12 meses lunares têm 354
dias. A diferença, que é chamada de epacta, é 11 dias e 1/4. Essa é a
epacta do primeiro ano. A epacta do segundo ano é igual a 22 dias e
meio; do terceiro, de 33 dias e 3/4. Esses 33 dias e 3/4 formam um mês
lunar de 30 dias, que é adicionado ao terceiro ano como um mês
intercalar, ou décimo terceiro mês (embolismo), e um resíduo, ou epacta
de 3 e 3/4 dias. Assim, a epacta a do quarto ano é igual a 11 e 1/4 + 3
e 3/4 = 15 dias, a do quinto ano é igual a 26 e 1/4; a do sexto, 37 e
1/2, o que dá o segundo embolismo de 30 dias com uma epacta de 7 e 1/2.
Portanto, a epacta do sétimo ano é 18 e 3/4, e a do oitavo é igual a 18
e 3/4 + 11 e 1/4, que é igual a 30 dias exatos, que é o terceiro
embolismo sem qualquer epacta restante." - Browne, Ordo Saec.,
424. Os dias da lua cheia da Páscoa nos anos 22 a 37 foram como segue;
os anos embolísmicos, de acordo com as octaetérides, estão marcados com
"E".
Ano D. C.
22 ....5 de abril
23 ....25 de março
24.....12 de abril
25.... 1 de abril
26 ... 21 de março
27E.. 9 de abril
28.....29 de março
29E...17 de abril
30..... 6 de abril
31..... 27 de março
32E...14 de abril
33..... 3 de abril
34.... 23 de março
35E.. 11 de abril
36.... 30 de março
37E... 18 de abril
[19] Lucas 22:2-6.
[20] Josefo testifica que uma "multidão
inumerável" vinha para a festa (Ant., 17, 9, 3); ele calcula que
em uma Páscoa antes do cerco de Jerusalém, mais de 2.700.200 pessoas
realmente participaram da ceia pascal, além dos estrangeiros presentes
na cidade. (Guerras, 6, 9, &3).
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Você está preparado espiritualmente? Sua família está
preparada? Você está protegendo seus amados da forma adequada? Esta é a
razão deste ministério,
fazê-lo compreender os perigos iminentes e depois ajudá-lo a criar
estratégias para advertir e proteger seus amados. Após estar bem treinado,
você também pode usar seu conhecimento como um modo de abrir a porta de
discussão com uma pessoa que ainda não conheça o plano da salvação. Já
pude fazer isso muitas vezes e vi pessoas receberem Jesus Cristo em seus
corações. Estes tempos difíceis em que vivemos também são um tempo em que
podemos anunciar Jesus Cristo a muitas pessoas.
Se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal,
mas vive uma vida espiritual morna, precisa pedir perdão e renovar seus
compromissos. Ele o perdoará imediatamente e encherá seu coração com a
alegria do espírito de Deus. Em seguida, você precisa iniciar uma vida
diária de comunhão, com oração e estudo da Bíblia.
Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo
como Salvador, mas entendeu que Ele é real e que o Fim dos Tempos está
próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso
agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu
Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da
vida eterna em Seu Reino, como se já estivesse com Ele. Se quiser
saber como nascer de novo,
CLIC
AQUI AGORA!!!
No entanto, se a dificuldade está nas doutrinas (de
homens) que a sua igreja prega, siga então o último conselho bíblico:
Saia dela Povo Meu! Apoc 18:4.
Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua
vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam que
Jesus está às portas!!!
Que Deus o abençoe.